Straight up, no ice

15 abril 2006

Leve

Ñ me canso de ouvir passar aviões. E de os procurar no céu, aqueles rastos brancos a perder de vista.
Adivinhar as companhias aéreas só por gozo quando voam baixinho.
Tenho saudades de aviões.
Primeiro foi o nem pensar, depois o medo, depois tive pavor. Até q senti terror. (Nesta fase ajudaste tanto... Pensa q ficaste com o braço meio magoado, mas permitiste-me enfrentar um medo.)
Quem diria q eu adoraria andar de avião? (Tu ñ com toda a certeza...)
É uma aventura com um ritual de preparação muito específico.
É daquelas coisas q me dá uma alegria q ñ se explica assim, do pé pra mão... Apesar de saber q tudo isto tem uma razão.
É como ouvir o Rui Veloso ao vivo. Ninguém compreende o efeito q estas coisas têm em mim, nem eu própria, confesso.
É como ir ter com o mar. Sentar de frente pra ele e desafiá-lo. E ouvi-lo e reconhecer aquele cheiro q deve ser igual em qualquer parte do mundo.
E ter vontade de entrar por ele adentro e esquecer q a Terra está por debaixo dos meus pés.
Ou estar no alto da Serra e saber q todo o ar à volta me pertence porque sou eu q o sei respirar...
Ou chegar ao Porto, passar uma ponte e ver as outras deitadas em cima do Douro. Sentir a força da serra do Pilar nas minhas costas a empurrar-me lá pra margem, pra onde me estou em casa.
É duma intensidade q juro q me atinge duma ponta à outra e me revolve toda cá por dentro.
E me faz chorar duma alegria imensa.
São raras estas horas em q me sinto perfeita, explicada e simples. E são estas as horas em q mais ninguém me percebe, porque os outros ñ sentem o q eu sei. Mas sou feliz.
Tenho q procurar mais horas destas.

1 comentário:

Eb1Eng.ºDuarte Pacheco disse...

Não és a única a ter a obrigação e dever de procurar esses momentos que nos elevam um bocadinho a alma...