Straight up, no ice

08 janeiro 2010

Limites?

A melhor e mais intensa relação que se tem com alguém não tem necessariamente que envolver sexo.
Alguém com quem se vai tendo umas boas conversas e com quem se vai construindo dia após dia, ao longo de meses, qualquer coisa que nenhum dos dois sabe bem o que é, será eventualmente melhor que sexo ao desbarato.
As boas conversas serão sempre isso. Sexo é qualquer coisa que acaba como começa e nem sempre é bom.
E concorrência pra isso é o que mais por aí há .

07 janeiro 2010

Oficial e Cavalheiro

"Foi um prazer. "
Ouvir-me falar ontem de manhã sobre os mercados cambiais.
Pois, tive oportunidade de pedir desculpa sobre ter enchido aqueles minutos de euro e dólar. E a resposta foi assim.
Realmente só um grande cavalheiro pra dizer uma coisa destas.
E fez-me sentir bem. Até especial.
(Será que diz isto a toda a gente? Lá se vai o especial...)
Disseco muito as coisas, penso e repenso nas palavras ditas, na oportunidade perdida de dizer assim ou diferente.
Normalmente atrapalho-me na hora, fico nervosa (mesmo, mesmo). Sobretudo perante aquele olhar hipnotizante, meigo mas com o seu quê de desafiante.
E agradeci embevecidamente o facto de me ter falado dum paraísozinho muito pertinho e que desconhecia completamente.
Nomeei-o meu Conselheiro de Escapadinhas. Já é o 2º paraísozinho que me dá a conhecer.
Sempre com direcções pormenorizadas e notas interessantes.
Nunca me perdi no caminho e os detalhes que me conta fazem-me reparar em coisas que de outra maneira me escapariam no "primeiro encontro".

É daquelas pessoas tão interessantes que juro que penso que não tenho pedalada pra o acompanhar.
Eu não sou tão interessante assim, nem conheço tanta coisa assim. As revelações das minhas experiências esgotam-se em poucas conversas.
As dele duvido. O homem é uma fonte de vivências.
Espero ser assim também quando tiver perto dos 50.
Espero ser interessante assim pra alguém.
Espero que alguém ache de mim o que eu acho dele.

06 janeiro 2010

Um dia atiro-me de cabeça.

Nos mercados cambiais.
Outra vez.

Um dia vou ter contigo quando menos esperares.

Assim sem mais nem ontem.

Um dia pergunto o teu nome.

O teu nome próprio.
Sei qual é, mas como nunca me o disseste, não te o chamo.
Até que me permitas fazê-lo.

Um dia vou falar menos e ouvir mais.

Tenho um "amigo" meio triste hoje.
Tem um funeral de um familiar.
Fiquei meio triste por ele estar triste. Sou inconscientemente solidária.

Eu não vou a funerais. Custa-me desligar das pessoas de quem gosto. Não acredito que morram. As pessoas só desaparecem se as esquecermos.

"Vou lá. Estas coisas são meio desagradáveis mas é um ciclo da vida." Mais ou menos as palavras dele.

A conversa foi hoje de manhã enquanto me pagou o café. Encontrei-o por acaso e quando me perguntou se estava tudo bem disse que assim assim, se iam arrastando os ossitos mas que estava a ponderar sair do hospital e que não me agradava muito a ideia.
E falámos das minhas resoluções de fim de ano, que inda não estão bem definidas, exceptuando a minha volta aos mercados cambiais. E passei aqueles minutos a explicar sucintamente como funcionava o mercado. Foi quando nos despedimos que surgiu o tema do funeral.
E de repente apercebi-me de que falei do meu "problemazito" de mudança ou não de trabalho, enquanto ele se preparava para ir para um funeral.

Fiquei a pensar que normalmente falo muito e ouço pouco. E entristeci.