Estou a escrever de dia. Ñ deve ser efeito de droga nenhuma. Talvez só pq a Miúda me arrastou da cama pra fora pra irmos almoçar. Eram já 1330.
As insónias e os horários trocados chispalharam-me toda.
Sou uma autêntica vampira. Vivo de noite e durmo de dia. Ñ andava assim desde os gloriosos tempos em q o Forex era a minha vida.
O mais estúpido é q adoro o Sol.
Ando sem apetite nenhum. Quase ñ como. Ñ sei porquê. Ou talvez saiba. É de andar sem vontade de nada, sem alegria nenhuma, por mais q o finja.
É o Limbo. Uma espera ñ sei bem do quê, nem pra quê, nem porquê. Ansiosamente esperando q aconteça. E os dias passam.
O telem vai tocando. Mensagens. Palavras meio claras, meio encobertas de quem ñ quer acreditar em determinadas coisas.
São os meus doentes pandémicos.
Um insiste em manter uma ligação à sua maneira. Ñ me dá corda suficiente pra o puxar definitivamente pra este meu mundo, nem tão pouco me dá ordem de soltura. Mantem-se por ali, meio ausente, meio presente, lembrando-me por momentos q ainda existe e q quer as coisas à sua própria maneira. E eu mantenho-me por aqui, lembrando-o por momentos q as coisas só serão à minha maneira.
- Ñ tenho tempo.
Ñ tens é vontade suficiente q te permita olhar pra mim e ver-me como sou. Talvez nem gostasses de ver o q sou. Ñ tens tempo. É uma perda desse tempo q ñ tens.
Tenho-me esforçado por fazer-te aperceber disso.
E tu vais-te lembrando uma e outra vez... Fechei-te a porta e confesso q me custou. Continuas a valer a galinha toda, mas vais ter q apertar parafusos algures nessa tua cabecinha se quiseres abrir a minha porta. Talvez nem valha a pena.
Outro é grave. Permite-se perceber como sou. Permite-se gostar. É grave a luta interior. Talvez o momento mais frágil da sua vida. O cristal quebrou ali dentro e a tentativa de perceber o q isso significa é daquelas coisas q só com tempo, ou talvez nem com ele.
- Confio em ti, mas estás a mudar.
- Estou pedra.
- ...
- ...
- Tenho medo.
Mas a maneira dos abraços é a mesma.
O tempo deles é q já deve ter fugido ou, talvez ficado lá preso. Naquelas coisas q eu queria e tu também.
- Tou a pensar.
Eu já pensei tudo. Só me resta agir em conformidade. Ñ sei o q é mais difícil. Mas q vai ser difícil, lá isso vai... Já é.
Um dia habituo-me a viver no meio da pandemia. Se vocês todos se acham tão confortáveis lá nessas bandas, talvez seja possível q eu também acabe por me sentir assim.
Já passei plo ponto do ñ retorno. Parei, alinhei eixos... E segui em frente, vacilante e meia cheia de medo. Mas se meia é cheia de medo, outra meia é cheia de "tem de ser".
The child is grown, the dream is gone.
I have become comfortably numb.
17 abril 2006
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