Lembro-me de ter uns 13 anos e pensar, sonhar, ansiar, pedir pra ter mais uns anos. Mais de 20. Essa barreira já lá vai... Já nem me lembro de ter 20 anos o q me deve fazer parecer uma cota, mas nem por isso. Mas é verdade q ñ me lembro. Talvez nem queira. A vida aos 20 tinha algumas coisas mais q aos 13, mas o q eu queria alcançar continuava algures, mas ñ em mim.
Tenho o dobro de então. Estes passaram bem mais depressa. Ou talvez apenas tenham acontecido mais coisas. Ñ sei se foram mais felizes. Foram menos tristes, menos sofridos. A carga aliviou. É assim q os vejo. Agora posso comer bolachas de chocolate e menta e estar no portatil, no meu portatil, à meia noite e meia a escrever o q me apetece. Nos outros, estaria talvez com uma lanterna pequenina por debaixo dos lençois e, sempre alerta a qualquer ruído, a escrever em cadernos secretos.
Mas antes tinha um sonho. Esperava ansiosamente pla noite pra poder sonhar. De olhos abertos porque a excitação era tanta q nem conseguia dormir. Era livre de noite. Tinha o espaço pequeno da minha cama e construía mundos cheios de alegria e coisas boas pro futuro. (Na altura as bolachas de chocolate e menta também eram uma miragem...)
Tinha algumas noites boas. Quando havia paz e silêncio. As outras ñ me quero lembrar.
Hoje tenho a realidade das bolachas. São minhas, são boas e posso comer todas hoje ou guardar algumas pra amanhã, pra me dar um mimo.
Hoje ñ tenho o sonho. Se ñ durmo de noite é plo vazio. Continuo a ser livre de noite mas o espaço pequeno desta minha outra cama bem mais confortável já ñ alberga mundos enormes sonhados. Ñ é q tenha sido de repente. Foi uma sucessão de situações ou momentos. Ñ foi uma decisão q tenha tomado. Foi uma coisa q se me apareceu por estes tempos. É como se fosse inevitavelmente parte de mim. Acho q esbocei alguma luta pra a contrariar. Ñ resultou. Está cá. Fiz bluff várias vezes, disse e afirmei q ía ser assim, mas sem na realidade o querer.
Eis senão quando, aconteceu...
Já ñ tenho o sonho. Sinto-me diferente. A sério. Até fisicamente, apesar de entender q é tudo psicológico. Como se antes fosse virgem e agora já ñ.
Fui eu q o perdi, ou tiraram-mo?
Na verdade, acho q simplesmente deixei de acreditar.
Antes passava a vida enfiada no quarto em cima da cama. Fazia lá tudo. Comia, estudava, chorava. Tudo. Ninguém percebia porquê e ralhavam-me. Mas estava lá porque era o meu mundo. Era lá q estava o sonho. A representação física do q era meu.
Hoje em dia passo a vida enfiada no quarto em cima da cama. Continuo a gostar de fazer lá tudo. O espaço está preparado de forma a ter as coisas ali dispostas. Até mete piada. Claro q aqui também ninguém percebe, mas plo menos ñ me ralham. Apercebi-me por estes dias q já ñ há o sonho. Mas continuo a vir pra cima da cama. Continua a ser o meu mundo. Nem q seja na nostalgia do lugar do sonho. Sei mesmo q já o ñ tenho, mas continua a ser meu.
Gosto muito de estar em camas. Na minha ou na de quem já estive. Ñ tive o sonho só na minha cama. E luz, só se for do sol. De lâmpadas ñ. Essa ñ deixa sonhar. Se tiver q ser só mesmo pra poder ver o q escrevo ou o q como (ficar cheia de migalhas a noite toda ñ é agradável, é desarrumado...).
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