Straight up, no ice

31 maio 2006

Tu

" - Se fazes favor... Cativa-me! - acabou finalmente por pedir.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho, - mas ñ tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos o q cativamos- disse a raposa. - Os homens deixaram de ter tempo para conhecer o q quer q seja. Compram as coisas já feitas aos vendedores. Mas como ñ há vendedores de amigos, os homens deixaram de ter amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
- E tenho q fazer o quê? - disse o principezinho.
- Tens de ter muita paciência. Primeiro, sentas-te longe de mim, assim, na relva. Eu olho para ti plo canto do olho e tu ñ dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas podes-te sentar cada dia um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa.
- Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a q horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito..."

O Principezinho
Antoine de Saint-Exupéry

2 comentários:

Eb1Eng.ºDuarte Pacheco disse...

E aí que tudo se f*** :)

Stratega disse...

Mesmo q sim, pq acredito q tudo tenha fim, ficarão sempre coisas inesquecíveis. E é a mais deliciosa sensação do mundo. Cativar um amigo...