Ñ se pode dizer "Gosto de ti" a torto e a direito.
"Amo-te" está definitivamente proíbido. Já o ñ digo à tempo demais, mas o tempo parece ñ se lembrar. Um "amo-te" é um Titã! Destrói-se a si próprio.
As marcas q se trazem no corpo e na alma são graves quando se quer esquecer um "amo-te", ou um protótipo deste.
A última vez q o disse... sabia q era a última. A gente sabe estas coisas. Sente-as no seu devido lugar.
De lá pra cá já vai muito tempo corrido. Foi mesmo a última vez.
Mais ninguém me ouviu dizer atrás da orelha, antes de dormir, "amo-te palerma". Mais ninguém fez o suficiente pra isso. E é preciso mais q o suficiente. "Agora tou exigente", dizia eu. Ñ voltei a ver um coração aberto. Ñ voltei a entrar por nenhum adentro causando um reboliço tal q a única e possível reacção seria dizer-me "amo-te".
É verdade q o ñ tenho querido ouvir. É bastante mais confortável viver na pacatez dos intermédios. Ñ pensei ser possível viver este dia em q digo q ñ me importa se algum dia realmente aparece alguém q me leve à sua herdade e me sente à sua mesa .
Ñ é por medo q o ñ digo. É por ñ parecer adequado.
Ñ é por medo q o ñ quero ouvir. É por ter a certeza q quem o disser, o vai ter q provar amargamente e sem direito a ter esperança do q quer q seja.
Tenho uma vida dúbia pla frente. Encho o peito de ar pra dizer isto. Soa-me realmente bem!
Ñ penso fazer planos pra além dos meus 40 anos. Ñ volto a dizer a alguém, com lágrimas nos olhos, "amo-te".
Os "gosto de ti" são realmente verdadeiros, logo poucos, q tenho mais q fazer q andar por aí a mentir sobre o q sinto. Sou preguiçosa e trabalho desnecessário ñ é comigo.
Ñ digo mais a verdade toda a ninguém, uma parte será sempre só minha. Ñ faz sequer sentido pensar doutra maneira.
Este momento tem-se arrastado ao longo deste ano. É uma mudança. Remodelação. A imagem q me dá é um atirar de malas pra trás das costas, meter mãos aos bolsos e ir plo caminho em frente, em direcção ao por do sol a assobiar uma lengalenga qualquer.
Estou em redefinição e parece-me certo. Cada dia mais.
Tenho uma vida dúbia pla frente...
09 maio 2006
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3 comentários:
Eu tambem! Atras, uma vida dupla, à frente, uma vida dúbia
e mesmo quando achamos que o sentimos (que gostamos a sério), acabamos por nunca o dizer para não dar parte fraca, ou para mais tarde não haver motivo de chacota se a coisa der para o torto...
recomendo vivamente o filme "Sideways" a todos os estados de espírito como o teu. é uma libertação...
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