Straight up, no ice

30 março 2006

Eh pá os gajos são como as bombas de gasolina.
Há sempre outra uns quilómetros mais à frente.
Há as maneiras correctas de ver e fazer as coisas e as maneiras difíceis. Nem sempre se escolhe alguma destas categorias, o q nos leva a pensar q também há as maneiras fodidas de ver e fazer as coisas.
Normalmente a primeira categoria é a preferível, a segunda a evitável e a terceira aquela q se pratica.

Um gajo qualquer dizia KISS. Keep It Simple, Stupid!
Eh pá, mas ñ!
Eu acho q ñ!
Ñ se deve fazer o q os outros dizem, inda por cima assim coisas destas. Papaias atiradas assim pro ar sem qualquer tipo de justificação ou orientação. Ñ senhor!
Tá mal!
O José Régio tinha aquela coisa do Cântico Negro. Dizia pra ñ irmos por ali. Mas justificou tudo direitinho.
Devia ser um daqueles q deixava o tempo passar a trincar pevides no jardim.
Eu até ía, mas tenho os pés frios. E faço o q me apetece e, ñ me apetece ir até ao jardim.
O q é q acontece quando ñ se chora? É insensibilidade?
É ñ levantar, ou ñ cair. Sequer...
Usar as pedras gastas q já o mundo pisou, sem olhar pra trás. Ñ pedir autorização pra entrar. Insistir em ñ sair. Senta-te no chão. Deita-te! Ñ deixes q te levem. Agarras-te à casca daquilo q querias q fossem. Mas ñ são. Partiste as janelas quando berraste a insultar a vida q têm. Agora cala-te porque deixaste corpos plo chão, a sangrar naquilo q são. E só gritam pra dentro porque tá a doer. Quando passar volta tudo ao esforço inicial.
- Arranca-lhe as asas!
- Mas depois perde tudo!!! Ñ o faço.
- Faço eu e vai-te pesar como se tivesses sido tu. Nem cartas sabe escrever, ñ respira... Porque pensas q vai perder tudo?
- Porque treme ao passar. Porque se abraça a si mesmo quando chora aquilo q é.
- Não sabes!!! Cala-te!
- É verdade.
- Não!
- Conhece o sabor de um lugar. Vai até lá às vezes. Não se esconde, mas vai de noite.
- CALA-TE!
- O vento ñ o magoa como a ti. Ñ se queima ao sol como tu. Mas vai de noite. Se o sangue lhe corre nas veias ou ñ, pouco lhe importa. A existência é infinita. Pouco lhe importa. Mesmo q ninguém se lembre. Tem o reflexo guardado. Fala com o mar quando se senta à frente dele, sem lhe tocar. Pra o ñ incomodar. Ouve o q as nuvens lhe dizem, atentamente.
Não te falha!!!
- Cala-te... ñ posso ouvir mais.
- Inda ñ tás a chorar por dentro. Inda ñ te dói todos os dias. Sabes q ñ me vou calar.
- Deixa-me... sai daqui.
- Mas eu ñ tou aqui. És tu q tás a fazer isto.
Ñ é uma coisa, um bocado de matéria. É o q tu ñ vês, porque ñ sabes.
- Vou embora.

Ñ adianta porque sabes q ñ desaparece assim.
O pulmão têm nódoas negras por detrás. O ventrículo esquerdo bombeou com demasiada intensidade, fez com q batesse com muita força. Magoou. Foi algum sangue q ficou.

Sem comentários: